domingo, 5 de abril de 2009

No mínimo dois palmos, por favor!

Por Lora Cirino

O que mais me dá raiva não é nada não, é esse cantinho da tua boca que teima em subir com esse charme terrível toda vez que tu falas. Me deu uma raiva tão grande na primeira vez que eu percebi que eu não estava conseguindo escutar nada ao meu redor, porque os teus olhos meio caídos, desviando o olhar a toda hora me davam tanta fraqueza nas pernas, que abalavam minha audição. Me deu tanto ódio perceber que eu tava totalmente perdida, que eu não queria querer mas que muito menos conseguia evitar que todo mundo percebesse. E aí as coisas começaram a sair da minha boca, eu tentava parar, não conseguia. Como se não fosse suficiente, veio um sorriso terrível entre um gole e outro, esfriou minha espinha, eu sabia que meus cílios tremiam de tanta vergonha e pior, de tanta vontade de entrar em ti e, como diria uma amiga minha, te comer com colherzinha.
Eu desviava o olhar pra toda aquela multidão, pra toda aquela festa e música, alguma coisa tinha que me chamar mais atenção que tu, até que, de novo: o olhar, o canto da boca, o jeito de falar, os olhos caídos e não tive outra escolha a não ser entrar em ti e me enroscar com toda a força possível, morrendo de raiva daquela situação. Aquela vontade de não sair nunca mais dali e principalmente aquela maldita fraqueza nas pernas.
Só estando ali, dentro de mim pra entender o que estava havendo, entende? Lógico que entende! Não tinha como! Não dá pra evitar o inevitável, porque é feitiço sabe? É isso, seu bruxo maldito! Bruxaria, coisa ruim, hipnose.
É por isso que me sinto quase a Luana Piovanni e te digo: mantenha distância.

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