quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ah, então escuta!



Por Selene Rilke

O filho da mãe me disse uma vez que eu não amo ninguém, só a mim mesma. Quem ele pensa que é para traçar a minha personalidade em tão poucos meses de convivência comigo? Ele não sabe de nada, porque eu nunca quis que ele soubesse, e ele não sabe que apesar desse meu jeito grosseiro de ser eu gosto muito dele. Tudo bem que ultimamente os meu sonhos estão muito sexuais, e que eu só penso em sexo quando penso nele. Mas porra, eu sou mulher e penso em sexo como qualquer pessoa normal e contemporânea.

Ele me disse que os papéis inverteram hoje em dia, que eu sou o homem e ele a mulher. Um gay mesmo! Eu ainda sou mulher, meu querido, mas a mulher precavida de tudo o que os homens já fizeram comigo.

Então vou te contar que eu já gostei de muitos caras e já deixei de ter amor próprio, isso mesmo! Escuta. Já chorei no banheiro, e queria morrer no chuveiro, e parecia que o mundo ia acabar, por que? Porque eu tinha levado o maior fora do universo que eu não queria ter levado, do cara que simplesmente disse que não ia conseguir me amar.

Escuta! Já tive um namorado que queria casar comigo e ter filhos, o problema que ele foi um desencontro na minha vida. Eu não queria isso! Eu amei esse cara, mas não aguentei o ciúme doentil que ele tinha por mim. E eu já amei um puto, isso mesmo! Amei um puto que tinha transado com metade da cidade, e eu amava-o assim mesmo, por ele ser canalha. Já me apaixonei por um adolescente que só sabia fazer sexo, e não conversava nada sobre arte, literatura e coisas afins.

Já gostei de cabeludos, daqueles nojentos que se acham um Jim Morrison e gostam de Poe e Nietszche, que tem transtorno bipolar e que amam o filme "A felicidade não se compra", apesar de que  o filme é uma boa sim, só eles que eram problemáticos demais para mim!

Tentei amar os velhos, mas eles eram cheios de vícios. Me chamavam de pequena e que eu tinha que viver muita coisa na vida, eu não sabia de nada. E eu pensava "porra eles nunca tiveram a minha idade?", e chutei os velhos, eles me cansavam. Quem sabe agora queira um.

Eu já amei muita gente, meu querido. Mais que você mesmo! E não me orgulho pela quantidade, mas pela patada que eu levei da maioria, que me fez tornar o que eu sou hoje: precavida meu bem! Você pediu para ouvir, e eu não queria contar.

Então pára de ciúme besta e deixa eu dançar com meus amigos, chega de paranóia e deixa eu ser livre como eu sempre fui, e não vai ser agora que eu vou largar tudo o que eu já sou acostumada a fazer há mais de dez anos por um amor que pode chutar a minha bunda na hora em que ele bem imaginar. Quer sair? Saia comigo, não quer? Então esfrie a cabeça e vá dormir meu querido. Eu tenho mais o que fazer.

5 comentários:

Bruno disse...

Maldade detected!

9 de outubro de 2008 às 03:16
selene rilke disse...

que maldade que nada! é charme.

9 de outubro de 2008 às 10:45
douglas D. disse...

amor, pesa?

16 de outubro de 2008 às 10:44
Maria Carolina disse...

Ela é assim mesmo e eles não mudam!

AHuHuHuHAUhUAHAUH

adoro

16 de outubro de 2008 às 17:42
moara disse...

não mudam mesmo.

20 de outubro de 2008 às 12:21

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