quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Para!

Por Lora Cirino:

Eu não quero mais te entender, gostar das tuas músicas, do teu cabelo desajeitado, nem dos teus braços.
Não quero mais gostar da unidade que é tua cara, com teu corpo, com cada passo e o molejo que tu tens.
Não quero gostar da 3x4 que tá em ti, nem do teu jeito engraçado de andar que se confunde com o de dançar.
Não quero mais sacar o que tu tá pensando quando te olho, nem gostar do sotaque malandro que tu tens.
Não quero mais encostar e grudar pra sempre, nem me sentir confortável e segura até com o barulho do teu ronco.
Não quero mais entender tanto tuas incertezas, nem chorar baixinho no teu colo de dor e alegria e mesmo assim continuar com o tal conforto.
Eu definitivamente não quero mais morrer de rir das tuas piadas do teu jeito parecido com o meu, de qualquer coisa ou lugar estar bom.
Nem quero ficar horas e horas rodopiando em um salão qualquer da vida, esquecendo do tempo e das pessoas ao redor, até elas sumirem todas e os olhos se abrirem de novo.
Pára de fazer serem perfeitas as coisas que estão quebradas, os barulhos, os muros estreitos, as cervejas quentes.
Pára de se dar tão bem com as pessoas que gostam de mim e de achar graça se desajeitadamente jogarem cevada em ti.
E por favor, pára de olhar pra mim sempre, exatamente do mesmo jeito que foi a primeira vez

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