terça-feira, 18 de março de 2008

Como ficou difícil ser "pós-moderno", agora serei eterno

Por Moara Brasil

Como ficou difícil ser pós-moderno, definir tal palavra é complexo. Nem comunicólogos se entendem. Uns falam em hipermodernidade, outros falam em pós-modernidade. Como ficou tão estranho ser "pós" e não ser mais o tal moderno. Digital. Globalizado. Neotribos, novas modas, novas nóias.

Minha família uma vez estava em crise, descobri isso quando abri a caixa do meu e-mail no yahoo, havia uma discussão sobre as obrigações de casa que a mãe cobrava de nós, filhos. A conversa acabou com uma pergunta do caçula "Por que não estamos conversando pessoalmente? Isso me envergonha."

Casais brigam conversando em celular, e no mesmo espaço. Errado? Estranho. Pós-moderno. Complexo.

A criança solitária com seus jogos em rede, o vazio da jovem e a apatia social. Suícidio pela internet.

Como ficou difícil para todos nós aceitarmos essa transição, e transição é assim, dificil de compreender, dificil de engolir. Nunca vi uma transição tranquila, transições são complicadas, e geralmente explodem no seu ápice. Depois que a gente entende, depois que tudo fica tão claro. Essa fase que estamos passando, em que não aceitamos o que enxergamos, as gerações futuras irão compreender e darão um nome a essa nossa fase, qual seria? Futuroneidade? Não sei, eu não entendo dessa tal pós-modernidade. Só sei que é "pós" porque ainda não tem um nome, porque não é medieval, porque não é modernidade.

Como ficou difícil achar algo novo, o que ainda não foi criado. Hoje tudo é copiado? Ou apenas inspirado no passado. Se ficou melhor ser nostálgico? Se ficou melhor amar o passado? O que é mais gostoso? Somos o que somos pelas nossas referências, somos transformados pelo tudo já criado, hoje tudo recriado.

Deus está morto? Alegria geral? I-pod e tudo pode. Desfonfiança total! E mais o aquecimento global!

Calma.Não se desespere, não se tranque no quarto! Não invente depressões! Não fique preso na telinha, não se isole da sociedade! Não tenha medo, relaxa...é apenas a conteporaneidade.

Inspirada na aula da professora de Teorias da Comunicação.

3 comentários:

Carol Barata disse...

Essa da briga sobre as obrigações em casa é ótema.
Já me deparei com algo parecido numa empresa que trabalhei: eram 4 funcionários e um belo dia, chego e abro a caixa de e mail e lá estavam algumas reclamações e outras notas importantes sobre o nosso local de trabalho...
Eu lendo isso de manhã cedo, com aquele bom humor clássico matinal de Carol Barata, com o computador do mue chefe bem de frente para mim e pensando: Puta merda, tudo isso pareceria tão mais plausível se ele tivesse gasto 5 min do precioso tempo dele para falar tudo aquilo pessoalmente.
É o ócio. É o tempo que pensamos poupar, economizar mas que na verdade nos sobra para fazer nada... para dar cria a novas neuras, novas doenças que nem existem...
Enfim, se os românticos sofriam de tuberculose e depressões por amar demais, quais serão "as malárias" do mundo pós-moderno quando o povo dos anos daqui para frente resolverem nos classificar? Que baaaaaarra!
hehehehe



PS: Isso tá mt comunicóloga, rapah! Haja Humberto Eco, hein, amiga? hahahahahah
Tchamo.



=o**

24 de março de 2008 às 10:41
Anna Carla disse...

Eu acho que essa facilidade que temos de nos comunicar o tempo inteiro às vezes faz da nossa própria convivência uma banalidade. Como se fosse tão fácil se expressar que perdemos aquela antiga vontade de dizer certas coisas e, ao mesmo tempo, desconfiamos muito mais dos outros porque sabemos que uma informação pode ser repassada com facilidade para uma quantidade enorme de pessoas em questão de minutos.

Adorei, querida!

Besos!

24 de março de 2008 às 11:14
Lucas disse...

É ...
Embora tenha vindo pra nos facilitar a vida, as "paradas digitais" têm seus males.

Há alguns anos atrás, um amigo meu tinha um costume que parecia frescura, mas tinha sua dose de razão. Dizia ele: "cara, não me convidem para nada por MSN ou e-mail, que eu não vou!". Esse pequeno ato de rebeldia anti-era-digital nada mais era que um recado tentando nos dizer que, por causa de todos esses apetrechos que temos à nossa disposição, nossas relações tendem a ficar superficiais e carentes de expressão, ou pior ainda, eivadas de falsidade.

Todos devem ter milhares de exemplos. Naquelas situações em que alguém diz, por MSN que te ama, enche a tua bola, mas quando senta na tua frente, mal consegue olhar nos teus olhos, quanto mais esboçar dizer metade da aludida rasgação de seda.

Embora essas facilidades nos satisfaçam um bocado, nunca é demais lembrar o seguinte:

Uma gargalhada ouvida no telefone que dura 3 segundos, ou uma gargalhada escutada e visualizada ao vivo e que dura os mesmos 3 segundos essas duas são muito mais instensas e verdadeiras do que ler um "rsrsrs" / "kkkk" / "uahuahuahuahua" xoxo, que dura fração de segundo para ser lido / escrito, e nos custa apenas alguns joules de energia...

Vou ali fumar um cigarro.

Lucas.

25 de março de 2008 às 09:13

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