quinta-feira, 6 de março de 2008

Felinos

Por Moa

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Neste exato momento meu querido Frajola deve está na faca. Foi ontem, de madrugada, em que ele vomitou e caiu no próprio vômito sem mais nem menos, sem aviso prévio, sem dar um sequer miado. Foi levado para a veterinária, e lá eu soube que ele poderia estar com uma massa no rim que obstruia a passagem da urina para a uretra.

No exame de ultra-som, o Frajola não movia-se. Totalmente estático, apenas levantava seus olhos e dava miados tímidos. Eu sentia a sua dor só de olhar para aqueles olhos castanhos felinos. Doeu meu coração de uma forma meio estranha, meio fria, meio triste, meio angustiante. Segurei nas patinhas dele como resposta ao seus miados. Frajola é uma mistura de siames com persa, nasceu impuro, e herdou malditas impurezas. Essa doença é normal em felinos, ainda mais quando trata-se de um felino macho vira-lata.

Fico pensando o quando deve ser terrível ser um gato, ou um cachorro, ou qualquer espécie que não seja ser humano, ainda mais quando eles dependem tanto da gente. O Frajola poderia não estar passando por essa cirurgia se ele pudesse falar, pois a massa já se formou a dias, mas, infelizmente, apenas agora ele reagiu com sintomas. Apesar de que, ele conversa muito com a minha família. É isso mesmo, quando alguém chega da rua, lá vem o Frajola correndo como um cão e miando como se falasse "oi que bom que você chegou". Ou, quando a fome bate, ele se esfrega em nossas pernas, miando irritadamente. E se deseja apenas um cafuné, mia olhando pra gente e estendendo a cabeça, um miado meio dengoso, bastante carente.

Como é pequeno um rim de um gato, como delicada deve ser essa cirurgia. Quanto talento alguém que entenda disso deve ter no manuseio de pequenos aparelhos. O veterinário disse que vai ter que raspar a massa lá por dentro, e se não der certo, talvez castre o pobre do gatinho.

Eu já perdi um cãozinho uma vez, e foi tão rápido. O Luan adoeceu, foi pra clínica e de manhã faleceu. Fiquei revoltada, não acreditava, achei que aquela clínica havia matado-o. Chorei dias, fiquei em depressão, era apenas uma garotinha de 8 anos que amava aquele pequeno filhote de "Rasque Siberiano".

Não sei o que poderá acontecer, não sei o final dessa história, apenas sei que a minha outra gata, a Garfilda, está calada e triste, ela me olha esperando uma explicação minha pelo Frajola não está ali ao lado dela, e eu não sei o que falar. Ainda mais que é de sua prole e grande companheiro de sua vida, a gatinha sente saudades. Sentiu do Mac quando ele foi embora, e agora pergunta "Cadê meu Frajola?". Mas acho que não preciso dizer nada, pois só pelo silêncio ela já deve ter entendido toda a história.

1 comentários:

moara disse...

Como fiquei com preguiça de escrever a segunda parte.
O frajola está vivo, ainda com trauma da cirugia e tomando remédios, mas passa bem. Para aqueles que me perguntaram sobre ele.

abs!

28 de março de 2008 às 11:32

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