sexta-feira, 28 de março de 2008

É dele

Por Lora Cirino

O maldito coloca aquela música, que é a cara dele, e que por meses se torna a tua cara e tu juras que é tua preferida. Coloca a música na hora que tu não sabes o que és ou o que é ele, que a diferença entre dor e prazer é ínfima. Sabe aquela hora que tens certeza que Deus é sublime? Porque pra encaixar tão certinho pêlo grosso com pêlo fino, só pode ser. Pra juntar pele áspera com pele sedosa, deixar as temperaturas perfeitas e encaixar tão bem as coisas, só pode ser sublime. E a música lá rolando.
Ele sabe que pode e gosta e tu também gostas, é bom ser dominado, até porque tu amas tanto ele quanto a dominação. O ruim é saber que a música não é tua, é dele. E que daqui a um tempo, nem sentido mais terá.
O que fica é só aquele cheiro, gosto e som, que mesmo ouvindo daqui a anos, na hora te levará de novo pra aquela cama, por segundos. Porque os sentidos entendem e não deixam esquecer, mesmo que tu disfarces pro mundo e todos eles acreditem. É mentira!

2 comentários:

Anna Carla disse...

Músicas sempre marcam um momento. Eu ouço certas melodias que me levam de volta aos meus 15 anos, outras me fazem sentir o cheiro de jasmin da minha avó quando eu media um pouco mais de 1 metro.
Ah, essas lembranças... Algumas são tão nostálgicas que nem sabemos mais definir se é bom ou ruim. Mas com o passar do tempo, acabam sempre nos trazendo algo de positivo.

Adorei o breve pensamento!

Te amo! =]

28 de março de 2008 às 12:15
Carol Barata disse...

Ai...
É uma delícia ter vida com trilha sonora. Amo.
E amei o texto, é como te ter ao meu lado contando um sentimento.
E a saudade tá doendo mais agora que escrevo enquanto vejo "Queridos Amigos" e toca uma música da Janis Joplin...
te amo.


=o**

28 de março de 2008 às 18:36

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