terça-feira, 17 de junho de 2008

Socorro eu não estou sentindo nada...

Socorro!
Ilustração de Moara

Por Vivi

Até que isso tudo começou engraçado, mesa do Cosanostra, red bulls depois de algumas várias cervejas no zeronãoaguentomaisvinteum e uma canção que dizia tudo a respeito desse grupo de meninas contemporâneas. “Socorro alguém me dê um coração, que esse já não bate nem apanha...”.E bem que elas riam, demais, afinal, pra quem já sofreu tanto por amor, pra quem viveu uma adolescência e um começo de juventude chorando e ouvindo coisas que vão do Roxette a Chico Buarque, respectivamente, era até uma ótima emancipação não sofrer tão cedo. Mas, o contraponto é que: já não sentiam nada, “não vai dar mais pra chorar, nem pra rir”.

Uma espécie de cristalização entorno de todos os sentimentos. Mulheres, do mesmo grupo social, mesmo costumes, mesma bagaças, mesmo gatinhos muitas vezes, não sentem mais nada. Parou, parou, parou. E isso não é gostoso. Se por um lado sofrer dói, amar é sofrer também, já dizia o mestre de assuntos emocionais, Vinícius de Moraes. Logo, não sentir nada, significa também, não amar.

E não estar aberta ao amor significa algo mais escroto ainda de admitir, alguns desses últimos rapazes com quem ela se relacionou e não deu certo ultimamente, talvez nem tenham tido tanta culpa de não ter dado certo. Já pensou de quem pode ter sido?


Ela percebeu isso assim que ouviu todas as frases dirigidas a ela no último domingo. Pós bagaça, depois de uma semana inteira com um gatinho inteligente, legal, engraçado, romântico, entre outros adjetivos, eis que resolveu fugir, fugiu rápido, de um sábado à tarde a um domingo de manhã. Mas foi tempo suficiente pro gatinho legal, inteligente e blá blá blá entender que não, ela não serve pra ele, afinal, ela é tão calada, tão distante que não pode estar dando tanto valor quanto ele. E ele desistiu.
Desistiu e fez com que ela sentisse alguma coisa. Percebeu que de todas as falhas que já tivera antes dessa ruptura emocional nenhuma a deixava tão frustrada quanto essas “tocas” dessa nova fase. As pessoas agora desistiam dela, porque ela agora se fazia por desistir.

Ela nunca tinha sido assim, tinha passado por namoros que vão desde a paixão avassaladora com cartas quilométricas até um pseudocasamento que não suportou as verdadeiras estruturas do mesmo. E ela sofreu, sofreu, chorou, passou noites conversando com as amigas, os amigos dos namorados, os garçons, com quem pudesse esclarecer pelo menos um pouquinho por que amar dói tanto.

Ela percebeu entre muitas coisas que essa dor era tão aguda, que por muitas vezes chorando ela jurou nunca mais querer amar, sim, ela queria virar uma doida, sem rumo “mulher folhetim”. Mas de nada serve todo esse discurso se no fundo, no fundo, tudo que ela mais gosta é de se apaixonar. De conhecer as pessoas e de deixá-las entrar no seu mundo.

Assim ela percebeu que de uma maneira ou outra, os traumas aparecem primeiro pros outros que pra nós mesmos. E que sim, dor traumatiza, independente da origem ou razão. O novo segredo pra ela agora não é sentir ou não sentir. E sim, saber voltar a sentir, voltar a amar sem ter medo da dor, que por mais amarga que já tenha sentido, nada é mais sem gosto, que nada sentir... “Nem medo, nem calor, nem fogo. Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir”

2 comentários:

moara disse...

apaixonar? o que é isso mesmo?
eheheh.

19 de junho de 2008 às 12:34
xinxa disse...

kkkkkk sei bem como eh!

3 de julho de 2008 às 10:53

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