quarta-feira, 25 de junho de 2008

Tua maior idade e meu medo.

Meu maior medo é te ver partir. Maior de idade e de malas prontas na porta de nossa casa, dizendo "tchau, velha" e eu consentindo tudo isso. Meu bebê largando a barra da minha saia e me chamando de velha. Meu maior medo logo depois será tornar-me velharia em tua vida.


Mas sei que vou superar esse medo e substituí-lo por outro, o medo de que não estejas tongspbcomendo bem, limpando as orelhas direitinho, separando a roupa colorida da roupa branca na hora de lavar e me preocuparei se usas camisinha. De nada vai adiantar os gastos que tivemos com Johnson & Johnson, o truque que eu tinha para limpar tuas orelhas sem te fazer chorar e as roupinhas tão fofas e bem lavadas se entrares nessa brincadeira de roleta-russa que é transar sem camisinha hoje em dia. Não dá. Vou perder noites e noites de sono pensando se compras preservativo e de que marca.


Não tenho medo que engravides uma moça – eu disse "moça"? Tô ficando velha, meu Deus... - ainda novo. Vieste a minha vida como uma bênção e assim, tão de surpresa quanto um dia de sol com chuva. Foste presente planejado não por mim, mas por um plano maior, algo mais superior que esse sentimento que nutro por ti. Vieste mais para que eu aprenda do que para que eu ensine. Portanto, não temo pela gravidez na juventude.


Temo sim por milhões de coisas que quero que faças: as viagens de mochilão, de carona, à praia, com garotas, com amigos, com dinheiro, sem dinheiro, para fora do país, para o interior do Brasil. Receio por não viajares em si próprio por meio da leitura, das músicas, dos romances complicados, das terapias, das fotografias, das imagens belas e sujas que a vida, a vivência em si, nos fornece. Quero-te como uma esponja, absorvendo tudo que o mundo pode te oferecer.


Aí me vem o medo de que sejas tão cidadão do mundo que não voltes para o Natal, para o Círio, para a Páscoa, para o aniversário dos teus avós, para o meu aniversário. Tenho medo do que o mundo venha a te oferecer possa te afastar do que é teu por completo, que é o amor que todos nós dedicamos a ti desde que soubemos de tua vinda.


Se aquela revista para gestantes estava certa, ouviste direitinho quando li para ti O Pequeno Príncipe. Eu estava grávida de cinco meses e mexias e remexias na minha barriga. E quero que lembres da parte que diz que somos responsáveis por aquilo que cativamos. Sim, somos mesmo. Portanto, cative o bem. E só. O resto será automático, será conseqüência.


Um dia eu vou te ver grande e isso vai me doer, eu sei. Eu vou reclamar por nada e de tudo, porque me faltará assunto e também me faltará jeito para dizer o quanto te amo. Vou fazer piadinhas sem graça na frente das tuas namoradas e dos teus amigos porque vai me incomodar te ver me afastando do que é legal para ti. Disso eu também sei.


Mas me guarde sempre contigo, mantenha-me como um porto seguro. Desfaço todos os planos, tudo que puder eu faço, só para te ver feliz. Teu sorriso é luz branca, violeta e azul. Os meus olhos conseguem enxergar um arco-íris todo ao te ver e sentem da mesma forma. És o mais singelo significado de vida e força.

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