segunda-feira, 14 de julho de 2008

Histórias bizarras do Toulouse


Por Moara Brasil
(Baseado em fatos reais contadas por moradores do Toulouse )

Aquele prédio na Pedreira sempre foi meio estranho.... Certa vez me contaram que naquele terreno existia um cemitério, e eu sei que isso parece papo furado, ou histórias de peixe grande. Eu mesma não acredito nem em Deus, quando mais em espíritos. Mas desde que construíram o Edifício Toulouse, diversos acontecimentos ruins e inexplicáveis começaram a acontecer.

Quando eu me mudei para o apartamento do Toulouse, eu havia comprado por um preço bem barato, e fiquei muito animada por isso. Mas assim que coloquei os pés naquele prédio, senti que a energia no meu apartamento não era muito boa. Não fiquei amiga nem dos meus vizinhos, sempre tive repulsa à vizinhos. No máximo eu dava uma "boa tarde" e um "boa noite", e nada mais. Na minha cabeça, vizinho só serve para pedir colheres de açúcar.

O meu apartamento era pequeno, com apenas três quartos, um banheiro simples e uma sala retangular consideravelmente grande. O teto era baixo, o apartamento era todo pintado de branco e havia uma varanda simpática que dava para olhar todo o bairro ao redor, e a enorme periferia da Antonio Everdosa.

Acontece que eu morava só, e com três filhos. E fatos sinistros começaram a acontecer no meu apartamento. Uma vez, quando eu estava conversando com o meu colega Lucio, pelo telefone, ouvi a voz de um bebê chorando do outro lado da linha. E não foi só eu, o Lucio também ouvia. "Esse choro é da tua casa?", perguntei aflita. E Lucio disse que não, ele pensava que era da minha residência. Coloquei no ouvido do meu marido para averiguar se ele ouvia, pois podia tratar-se de alguma interferência na linha, e o mais absurdo é que meu marido não ouvia nada. Só pude concluir que eu tinha alguma mediunidade e que o choro vinha do meu apartamento. Mas deixei passar adiante este fato.

Esse foi o primeiro fato bizarro, pois no dia seguinte acordei com estridentes barulhos de sapatos no andar de cima. Começou lá pelas seis e meia da manhã, e durou em torno de uma hora. No fim da tarde, lá pelas seis e meia, o barulho voltava. Tudo bem, imaginei que devia morar alguma mulher chata e estressada que adorava andar de salto alto pro lado e pro outro no apartamento de cima.

Já fazia uma semana, e os barulhos continuavam nos mesmos horários de sempre. Não era possível! Irritava até mesmo os meus filhos, que ouviam barulhos semelhantes aos de peteca rolando no chão.

Minha filha mais velha, de 9 anos, tinha uma amiga no apartamento do lado. Um belo dia, quando ela estava entrando em casa, vi a mãe da amiga dela. E não resisti em perguntar se a vizinha conhecia a os moradores do andar de cima. Dona Lindomar disse que morava apenas uma mulher, mas que não gostava da energia dela, e que até deixava a Bíblia aberta na sala porque dona Lindomar também não se sentia muito bem em morar no Toulouse, e que não via a hora de se mudar daquele lugar.

Ao lado do Toulouse estavam construindo outro prédio, e dona Lindomar havia me contado que a sua filha ouvia vozes estranhas nas madrugadas, vindas do prédio em construção ao lado, que só tinha cimento e tijolo. A filha de Lindomar já nem dormia mais sozinha no quarto.

Meses se passaram, e eu já estava até me acostumando com os barulhos “toc toc toc” atordoados vindos do apartamento de cima. Foi então que o meu filho caçula acordou um dia qualquer, de madrugada, perguntando quem era a moça que estava sentada passando maquiagem no rosto, na sala. Fui correndo ver do que se tratava, e não enxerguei absolutamente nada. Não tive outra escolha, no outro mês resolvi me mudar de apartamento, pois esses fatos já eram um pesadelo, e anunciei o aluguel no classificados.

O grande problema era se alguém iria alugar a minha residência, ouvir aqueles malditos barulhos e se incomodar com isso. O apartamento foi logo alugado, porém, semanas depois, a minha inquilina, a Jucilma, me ligou muito invocada:

-E impossível morar em seu apartamento! Eu não agüento mais a vizinha do andar de cima, já mandei reclamação para o sindico e não resolveram nada!

Então tomei uma decisão e fui até o Toulouse conhecer a tal vizinha barulhenta , nada impediu que eu fosse finalmente desvendar o mistério daqueles malditos barulhos. Acompanhada do porteiro, do síndico e da minha inquilina, apertamos a campainha do 602. Senti um odor de rosas que vinha do apartamento dela, e foi quando abriu a porta uma senhora, de cinqüenta e poucos anos. Ela tinha uma aparência muito abatida, e vestia uma roupa um pouco démodé, e para o meu espanto, ela estava de sapatilhas, e foi quando ela falou suavemente para nós:

-Olá, o que vocês desejam?
- Nós queríamos saber de onde vem o barulho que pertuba o meu apartamento.
-Barulho? Eu moro só. Como são esses barulhos?
- Senhora, barulhos de sandálias de salto alto. Um barulho que vem da sua sala.PERTUBADOR!

A Jucilma, muito revoltada, foi abrindo a porta e entrando no recinto. Mas para a surpresa de todos, a sala era toda de carpete. O que conclui que era IMPOSSÍVEL nós ouvirmos um barulho tão estridente como os que havíamos ouvido sempre.

A sala dela era toda cheia de fotos de uma garota muito bonita. Sem argumentos, pedimos desculpas e saímos de lá, todos muito atordoados. Em seguida, o porteiro Zé nos disse que a garota era a filha dela, que havia morrido de câncer há uns anos, e segundo os vizinhos, a mulher era muito próxima da filha, e a mesma não tinha se recuperado desse falecimento.

Ninguém nunca conseguiu morar no meu apartamento, um grande prejuízo que eu tive, até então, foi ter comprado esse maldito local no Toulouse. Soube, recentemente, que um morador do prédio havia se suicidado com um tiro na cabeça, e por motivos desconhecidos.

Nem meu pai conseguiu morar lá, ele teve que voltar para o sítio dele em Abaetetuba. Meu pai é médium, e as reclamações dele foram as mesmas de sempre: os barulhos vindos do andar de cima, do edifício do Toulouse. Alguém, por favor, quer morar por lá?

4 comentários:

Cássio Marins disse...

Bom, você poderia ter tentando vender antes e anunciar a todo o mundo que é ruim, agora que ninguém vai querer mesmo.
Sou tendencioso ao ceticismo, mas não vou questionar nada.

14 de julho de 2008 às 19:12
Cássio Marins disse...

Bom, você poderia ter tentando vender antes e anunciar a todo o mundo que ruim, agora que ninguém vai querer mesmo.
Sou tendencioso ao ceticismo, mas não vou questionar nada.

14 de julho de 2008 às 19:12
Carol Barata disse...

Amiga, avisa para ele que o texto é fictício e não um texto-classificado?

¬¬







PS: mas que tá bizarrão essa história, tá mesmo... HAUhAUHAuhaUHAuhA

18 de julho de 2008 às 10:17
moara disse...

poise cara, é ficticio!

eu não tenho tudo isso de filhos....ahhaha

20 de julho de 2008 às 18:12

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