quarta-feira, 21 de maio de 2008

Amor ao amor

Por Lora Cirino

Ainda lembro como era, lembro mais ou menos, mas lembro. A gente se olhava bem forte e dava vontade de sorrir, tocar era a melhor coisa do mundo, segurar na mão. Andar de mãos dadas me trazia força e segurança. As festas tinham mais graça, elas terminavam em amor. A gente se divertia junto até tudo acabar e voltava para casa. Se eu acordasse de repente assustada, tinha certeza de te ter ali. Aqueles telefonemas, só para saber como cada um estava, eram gostosos demais, como já disse, eram certeza.

Hoje ouvi de uma amiga que ela está apaixonada e sendo correspondida, como me deu alegria por ela, que já não mais sabia o que era isso e saudade de ter isso também. Logo eu, que nunca soube viver sem você. Realmente era tudo mais cafona, só que mais gostoso. Tenho medo de ter desaprendido a te ter, medo de verdade, já confidenciei isso para algumas pessoas. As dores que passamos juntos, as brigas, as reconciliações. Que saudade do teu cheirinho, do teu gosto e de fazer amor contigo.

Morro de medo confesso, medo de nunca mais te sentir. Acreditas que eu já fiz força pra te sentir e não consegui? Obriguei-me a te ver em algumas pessoas, mas não era verdade, logo descobri. Caramba! Será que para sempre vai ser assim? Sem ti, sem aquela graça que a vida só tem contigo? Será que a parte mais delicinha da vida agora vai ser sempre monótona, chata, sem graça? Cadê o encanto de passear, de se bastar?
Volta pra mim, meu bem, eu morro de saudades de ti. De ter as palavras certas, de achar lindo teus defeitos, de conhecer cada poro, cada sinalzinho no braço, de dormir nos teus braços e sentir o cheiro da tua respiração. Eu quero me confundir contigo, com a tua família, invadir a tua casa, dividir a tua mãe. Sempre adorei sogras, não é agora que isso vai mudar.

E tu sabes que eu sou bacana, tu já me conheces e me experimentastes mil vezes. Eu não atrapalho teus estudos, entendo teu trabalho, teus horários, sou fina quando tenho que ser, sei me portar, me vestir e quando tem que cair na vala e beber até de manhã, eu também faço isso contigo.

Eu faço amor na rua, no estádio de futebol, em cima da árvore e dentro do mar, basta que queiras e me chame, já estou lá. Sabes que eu amo te ter, que eu amo te amar, amor.
Então, volta pra mim o mais breve possível, tu não vais te arrepender. E me ama, com a mesma intensidade, compreensão e tolerância que eu vou te amar.
Sei que sofrer de amor dói, adoece, sei bem, mas pior é não ter nem pelo que sofrer. É oco!

Carta ao amor, sobre o medo de nunca mais amar.

3 comentários:

moara disse...

amiga, eu amei esse teu texto.

21 de maio de 2008 às 12:43
Carol Barata disse...

Realmente, esse texto tá muito a tua cara e de nossas longuíssimas conversas sobre como amar faz falta. As duas tão plenas em seus corações gelados! hahahahaha
Amiga, não tenho medo de permaneceres assim, não mesmo. Eu temo é por quando te apaixonares valendo... porque tens tanto amor para dar ¬¬ ...

HUAhUAuHAuah

brincadeiras a parte, esse meu medo é verdade e reflete em mim tmb. Tenho medo de amar mas sei que um dia vai dar tudo certo. Ah, vai... ;)


=o*

21 de maio de 2008 às 13:35
Anna Carla disse...

Eu também tenho esse medo. Um pavor da superficialidade que é viver sem esse tal aí, de amor.

Amiga, um dos seus melhores textos. Você está de arabescos!

21 de maio de 2008 às 14:11

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