sexta-feira, 9 de maio de 2008

Velho amigo velho

Dedicado a R. Cal

Melhor do que fazer amigos é redescobri-los. É um bônus, uma vantagem ou qualquer adicional que uma amizade pode ter. É uma delícia reencontrar um velho amigo e perceber que o tempo só passou do lado de fora, que dentro tudo continua do mesmo jeito entre vocês.


Quantos acontecimentos cabem entre uma amizade? Quantas coisas ruins ou boas conseguem f65440a85c479a8c98e372bcbe3350561c7535bb_m1caber no espaço que há entre a amizade de duas pessoas? Só é possível mensurar isso com afeto. Não que haja necessariamente um termômetro ou uma forma qualquer de medir o quanto esse sentimento é profundo ou verdadeiro.


O passar dos anos planta na mente a percepção de que amizade mesmo, amor mesmo, não é se encontrar todo dia com um amigo ou fazer imensas declarações públicas de afeto para um namorado. O bem-querer, assim como as demais coisas boas da vida, se constitui em pequenas coisas e assim transforma-se em cumplicidade.


E é aí que é uma maravilha maior redescobrir um amigo. Melhor que comer um bom bolo de chocolate é poder enchê-lo de cobertura. Melhor que fumar um cigarro é fumar um cigarro tomando um cafezinho. Melhor que ter um amigo é ter um velho amigo e reencontrá-lo depois de muitas mudanças na vida de ambos e sentar para conversar com ele como se o tempo não tivesse passado. Não! Corrijo! Não como se o tempo não tivesse passado, pois passou e da forma mais maravilhosa que poderia ser, mas como se rapidamente a gente desse um jeito de aparar as arestas que surgiram pela distância física e num estalar de dedos, a gente conseguisse conversar, rir, brincar, falar besteira e relembrar (muito).


Amigo velho, velho amigo ou velho e amigo. Sim. O tempo passou pra gente e quem nos vê brincando e rindo, numa mesa de bar que seja, nem sabe quantas conversas pela janela tivemos, as brigas de desligar telefone na cara, as paqueras, as confissões e nem faz idéia de que somos, nós dois, do tempo das cartinhas. Eu as fazia para ti em papel de carta, com envelope combinando e tudo mais.


És minha antiguidade, uma relíquia, um abajur em estilo art noveau. Num canto de uma loja de artigos usados, esse objeto pode estar meio empoeirado e até parece ter caído no esquecimento. Mas só quem o doou sabe o valor sentimental daquele objeto. No meio de tantos amigos novos, de tanta coisa nem tão nova assim na verdade, posso estar distante, podes estar tão distante quanto eu também. Mas há tanto sentimento por trás disso. Posso te chamar de amigo, e dizer que és meu. Meu amigo. Relíquia de amizade. Antiguidade no meu coração.

4 comentários:

Vivi disse...

Que legal o texto, sem ironias! HAhaha, ai amiga... fazes falta numa cidade onde as conversas não passam muito do esperado (isso quando elas chegam lá).
amo-te

9 de maio de 2008 às 10:13
moara disse...

ai ta fófis, ame amei ameeiiiiii

9 de maio de 2008 às 16:31
Anonimo disse...

http://www.jesocarneiro.com/velho-amigo.html#more-32312

2 de agosto de 2009 às 23:37
Carol disse...

gente, a doida plagiou o meu texto. Abaixo a pirataria! HauHAuHAuHA
que coisa mais sem criatividade, uó, olha... hahahahaha

9 de agosto de 2009 às 19:02

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