domingo, 10 de fevereiro de 2008

Momento REDUTO

(arquivo) Texto em Quarta-feira, Fevereiro 15, 2006
Por Moara Brasil: famosa por colecionar cursos de faculdade,atualmente é estudante de publicidade da UFPA

Sinto saudades do que eu queria ser e nunca fui...nem nunca serei. Hoje eu estava vendo um filme interessante "Closer" e depois coloquei um Dvd com clipes do Smashing Pumpinks, bateu uma saudade não sei de que... na verdade eu sei! Porém veio tantas coisas misturadas, parecendo um filme de lembranças boas e engraçadas, atrapalhadas. Apenas lembraças boas que chegam a doer o coração. Lembrei de fatos interessantes de Belém, que não faz muito tempo. Acho que a uns cinco, seis anos atrás, quando peguei meu primeiro porre depois de ter levado um "chute na bunda". Foi com aquela medíocre bebida horrível que chamam vulgarmente de "buchudinha", quando pela primeira vez viajei sozinha no Carnaval, acompanhada de três amigos, para uma ilha que antes era pouco habitada. O meu primeiro sorrisal, lembro até quem arrumou para mim. As primeiras experiências entorpecentes, a empolgação para tudo.

Eu lembro de uns oito anos atrás também, de quando eu e minha "gangue" andávamos pelas ruas do Reduto, e mesmo sem dinheiro e sem nada, íamos de bar em bar na rua Quintino. Começava ali no bar do Reduto ( aquele que depois virou drum´n bar ), ao lado tinha uma garagem, e mais adiante o Skol Rock, que antes era Art Rock café. Lá no Skol Rock foi a primeira vez que eu vi a banda "A Euterpia" com um dos seus primeiros integrantes, eu também vi um dia o louco do Serguei ( naquele tempo que o Kaveira chamava-o para Belém ). Essa época era o tempo das bandas de garagem, foi uma epidemia de bandas cover de rock da cidade.Tinha The Doors Cover, Led Zeppelin Cover, Raul cover, uns tocavam na Insanu, eu lembro bem que entrava com identidade falsa. Belas táticas.

Ainda tinha o Sindicato ( que hoje funciona o Santa fé ), local onde frequentavam as figuras mais bizarras e freaks de Belém, tinha desde o punk gótico ao grunge estiloso. Pessoas de preto e seus coturnos interessantes. E suas conversas estranhas, sonhadoras, musicais, inteligentes, doentes.Pessoas bipolares, futuros jornalistas, futuros artistas, músicos loucos e talentosos. Lembro até daquela banda: Mandrágora, que na época adoravam tocar The Doors, banda que surgiu rápido e sumiu de repente. Todas as meninas queriam namorar alguém que tocasse alguma coisa, é , se bem que hoje não é diferente. Sempre temos a nossa paixão platônica por meninos de banda. Sentimento mundial.

Alguém lembra da Festa da Comunicação? Que rolava num local ali na 28, putz! Eu esqueci o nome, foi lá também que conheci boas bandas paraenses, e namorei caras estranhos. Lembro dos discos do Frank Zappa que achei por lá, e uma grande coleção de The Beatles.

Saudade até de quando eu e minha "gangue" iamos para Icoaraci fazer absolutamente nada, apenas olhar os campeonatos de skate, íamos escondido nos domingos e voltávamos pela noite, de bonde.

Como estou nostálgica, senti saudade da melhor viagem da minha vida, dos meus primeiros quinze dias loucos de julho em Algodoal, onde os chamados descolados levavam suas barracas e cantavam musicas de viola, tomavam cachaça com leite condensado, e depois mais quinze dias loucos em Salvador com alunos de Direito da UFPA. Saudade de quando dentro daquele ônibus feio e lotado rumo ao Ened, vi meu coração palpitar pela primeira vez por alguém e vi também o amor ir embora pelos meus dedos pois achava que não merecia ser feliz.



Alguém já viu esse vídeo?De 1999. Belém, qual a sua tribo? Tosquéerrimo, ri muito, assistam.




2 comentários:

Carol Barata disse...

Vivi um pouco de tudo isso: ir escondida para Insãnu, adorar Smashing Pumpkings, andar a pé sem ter noção (nenhuma) do perigo, primeiras paixões (sim, no plural, porque a seguinte sempre parecia inferior a última portanto, fazia questão de desclassificá-la), amores e desamores, festinhas de rock - aliás, o nome do lugar na 28 é ARARA HIPPIE!!!!! HAUhaHAhaHAHah - , paixões platônicas pelos carinhas de banda e romances fulgazes com os mesmos.... uma vida bem clichê, bem a cara dos meus 15/16/17/18 ou sei lá quantos anos....
Plagiando a Zizi Possi: "Meu amor, o nosso amor estava escrito nas estrelas. tava sim..."
A gente viveu coisas quase que id~enticas e só se esbarrou mesmo quase com vinte anos e daí, põe mais alguns anos pra gente realmente romper nossas barreiras: eu a minha arrogância e tu, a tua "bicho-matice" (derivado de bicho-do-mato!).

saudades de ti e do Reduto. :)

12 de fevereiro de 2008 às 10:20
moara disse...

e eu ainda moro no reduto, apesar de tanta violencia...é meu bairro predileto.

saudade.

12 de fevereiro de 2008 às 11:23

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