terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Quase uma Diáspora dos artistas da Capital

Por Moa


Eu vejo todos partirem daqui, grandes talentos que persistiram, desistiram da cidade. E resolveram tentar algo em mares nunca antes navegados.
Ou morreram, ou quase nada.
Mal de cidade com governantes de mente pequena, com representantes que não enxergam além do umbigo, que não enxergam quase nada. De uma História triste de má exploração da cultura e das nossas riquezas.
Da apatia diante da violência que aumenta nas rotinas da nossa vida.
Mal de um público que ainda não foi muito bem educado, educado nos ouvidos, educado na escola, educado na sociedade. Mal de uma cidade do “quase”.
Quase uma Recife, quase uma “Janelas Abertas para o Rio”, quase Moda, quase progresso.
Uma cidade que parece mais ou menos com a minha vida, quando a gente pensa que vai engatar, ela sai pelo ralo, ou alguém dá uma descarga quase de propósito.
É nessas horas que dá a vontade de “quase” ir embora daqui.
Belém do quase, dos quase com iniciativas, do quase um sucesso. De pessoas com muita energia, mas que estão cansadas de gastá-la para nada, ou quase nada.
Pois precisam alimentar seus bolsos, pois precisam de reconhecimento.
Belém da quase terra da música, do estouro cultural único.
De bandas incomparáveis a qualquer outro lugar do país, de modelos com beleza mista, que só a Amazônia pode dar.
Do Antar Rohit L.A. paraense (que Deus o tenha), dos Mestres das Guitarradas envolvente. Do Madame Saatan e sua atitude. Da Voz da Marisa e a Euterpia. De todos os designers independentes. Ah, é tanta gente, que não tem espaço suficiente.
Mas a Amazônia precisa de comida, precisa colocar muita água nas suas sementes, precisa de vitaminas pra viver, precisa de incentivo à cultura. Precisa vencer preconceitos. E não apenas ser uma reserva florestal cheia de “caboclos incapacitados” segundo os olhares de muita gente.
A Amazônia precisa ser vivida, precisa de uma boa mídia, Belém principalmente.
É preciso segurar os artistas que estão aí…quase sem estímulo.
Quase sem vontade. Quase sem vontade porque não temos quase nada.
Porque somos quase muito além. Sempre. Será que ninguém vê quase nada?

Informe-se da cultura da gente:
http://www.culturapara.art.br/

Cachoeira negra, Antar Rohit
04cachoeiranegra.jpg

1 comentários:

Carol Barata disse...

Realmente, é tudo a educação. Pois nós não somos nenhum pouco educados para valorizar o que é nosso.

13 de fevereiro de 2008 às 10:01

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