quinta-feira, 24 de abril de 2008

Eu quero é pegar na mão II: dúvidas Ohvarianas!

[ Continuando os textos sobre eles! ]

Baseado em fatos surreais venho por meio deste, tentar entender, juntamente com minhas amigas, colegas, leitoras e afins, e buscar uma resposta para a pergunta que mais assola a mente das moçoilas casadoiras do planeta Terra. E a pergunta é bem simples, machos másculos: QUAL É O PAPO, HEIN?


Engulam o comentário vulgar que "qual é o papo?" só se pergunta para puta em final de festa. Você por acaso nasceu de chocadeira? Tua mãe não te ensinou a ter bons modos e a ser gentil, não-preconceituoso e cavalheiro independente de cor, credo ou religião? Pelo jeito, não.


Então, me explica aí. Continuo levando em consideração que você não nasceu de chocadeira – ou quem sabe até pior, que quem pariu você não foi uma mulher machista, porque isso eu não tolero - e que você tenha uma boa ³ justificativa para achar que qualquer mulher gostaria de receber uma ligação ás 5 h da manhã. Talvez você tenha tido dificuldade para largar a fralda descartável e fazer "bobagem" durante a hora do sono (dos outros) tenha se tornado um hábito. Talvez você só goste de escutar uma voz sonolenta feminina, assim como nos seus velhos tempos de Pampers Ultra-seca.


O que te faz pensar que porque a gente consegue dizer "eu te adoro", queremos casar, parir dez filhos, adotar um (que se chamará Júnior) e montar uma casa no campo? Se ligue, espertão. Não sabe ler? É "eu te adoro" e não "quer casar comigo?". Pelo jeito, sua dificuldade com interpretação de texto é tão grande quanto à desistência das fraldas noturnas.


E já que tocamos nesse assunto, interpretação de texto, língua portuguesa e gramática são ce9f154876ffa58bb7f2416d334d71fd00893b3d_mmecanismos que temos para nos comunicarmos com o mundo. Vale ressaltar, querido jumento, que tais palavras como "intaum", "naum", "agente", "concerteza", "em fim" e mais todos os seus chavões de msn, não existem. E por favor, não me venha com papo de linguagem cibernética. Eu imploro.


Meninas também sentem desejo, viu? Pasmem: sabia que elas até gozam?! É, amorzinho. Isso mesmo. E não pense que você é o gostosão, o bonzão da parada, a última bolacha do pacote só porque a viu fazendo caras e bocas e a ouviu na maior gemedeira. Tem um texto do Xico Sá – todo homem devia ser um pouco Xico Sá. Mal diagramado como for, queria um daqueles para mim, juro! E se não sabe quem é, joga no Google, benzinho – que fala sobre as mulheres que gritam em sofrimento quando gozam. Ele diz que essas geralmente estão fingindo gozar. Bem, digamos que Papai do Céu, quando nos desenhou, ele "tava" meio que debochando da classe masculina.


O resto é muito básico. Aonde você já viu ganhar recompensa por dizer que garota está "meio gordinha" ou perguntar se a mesma "está de TPM"? Isso é mais básico quanto não comentar que a sua mãe amava sua ex-namorada. Caso você ainda insista em bancar o super-sincero, esteja preparado para ouvir em cinco minutos, na mesma velocidade de narrador de corrida de cavalo ou da Mulher Melancia dançando na velocidade cinco a dança do creu, todos os seus defeitos, desde a cueca velha em noite de motel até a fixação por Playstation. Poupe-se da fúria de uma meio gordinha. Ainda mais se ela estiver de TPM.


No mais, anote aí: vocês, homens do século XXI, estão nos fazendo querer retroceder, regredir, não-avançar. Vocês, estão brochando nossas mentes com suas infinitas limitações, idéia pré-fabricadas sobre atitudes e posicionamentos. Vocês nos dão vontade de voltar atrás e tomar da mão das feministas revolucionárias cada sutiã queimado em praça pública, porque simplesmente nenhum homem vale a pena jogar um Valisére com bojo extra no fogo.


Vocês fazem vergonha aos seus antepassados machos, porque não têm atitude como os homens das cavernas que tomavam para si o objeto de desejo. Fazem vergonha aos românticos que passaram noites e noites suando de tuberculose e morrendo de escrever suas cantigas de amigo. Vocês fazem vergonha a si, porque estamos aqui, ali e acolá, em todos os cantos – seja sendo mãe, arrimo de família, chefe de empresa, bandeirinha de jogo de futebol, dançarina de funk, vendedora de picolé ou tudo isso ao mesmo tempo – e ainda assim, vocês demoram a ver tamanha simplicidade que é lidar com uma mulher.


Não somos difíceis de se encontrar. Somos assim, bem-resolvidas, assalariadas, formadas, inteligentes e bonitas. Sim, até as mais barangas são bonitas, meu bem. Porque assim se sentem. Nossas mães não nos ensinaram a ter a Barbie como modelo de beleza. Diferente das de vocês, é claro.


Nossa geração feminina não acredita que o que a Cinderella perdeu na festa foi o sapatinho de cristal, nem que o problema no caminho tortuoso da Chapeuzinho Vermelho era o Lobo Mau. Somos alfabetizadas e sabemos ler as entrelinhas. Não temos mais o mito de casar de branco, nem acreditamos que rachar a conta é humilhante.


Conversamos sobre futebol, sobre música e cinema. Topamos ver aquele filme de ação e vibramos com os gols que vocês fazem nas "peladas" com os amigos. Se fazemos questão de agradar a sogra é por saber que vocês não saem da barra da saia da mãe até sair de casa, então ser bem quista por alguém tão importante para vocês é como um caminho para ser querida por vocês também. É, isso mesmo. Até quando nos oxigenamos, alisamos, encrespamos os cabelos somos inteligentes. Não pense que não.


É baseado em tudo isso que vem a vontade de retroceder. Sim, porque ter sido bacana com seus amigos e com suas famílias caretas não adiantou. Gostar de boa música, de cinema, estar atualizada no que acontece no mundo, ter um senso de humor ácido e afinado tampouco ajudou. As horas e cifrões gastos em salões de beleza não adiantaram e pior ainda, nos fizeram perceber que algumas vezes é "melhor" ter dois peitões de silicone do que um zilhão de neurônios como item de fábrica, em perfeito funcionamento.


Então, retrocedamos. Vamos todas virar Amélias: Amélia Lora Cirino, costurando as cuecas rasgadas do maridinho. Amélia Moara Brasil, lavando as camisas customizadas com beijos de batom vermelho no colarinho. Amélia Ana Sofia D'Alburque Brunetta é de família tradiconal (logo se percebe pelo nome quilométrico) e, portanto, tem um nome a zelar e uma postura a manter, ela acredita que saia curta e excesso de blush são coisas de satanás. Amélia Anna Carla, escrevendo sobre o grande caso das toalhas de mesa roubadas do varal, no jornalzinho do bairro e por último, a ohvariana que vos fala, Amélia Carol Barata cuidando da casa e de não falar nada que não desagrade o maridinho.


Se é verdade que é preciso recuar para poder avançar, já demos o ponto de partida para a corrida em marcha ré. A última a chegar será "bem": bem-sucedida, bem-resolvida, bem-bonita, bem-inteligente, bem-legal, bem-simpática e totalmente mulher "quase" perfeita da primeira década do século XXI.


Todas em seus postos que será dada a largada!

3 comentários:

mey disse...

olá
vi seu log no shoe me..
gostaria de te convidar pra conhecer meus blogs: meytamorphoss.blogspot.com sobre música, cinema, livros... e gossip-stuffs.blogsot.com, sobre fookinhas hhehe

bjusss! t espero lá =)

24 de abril de 2008 às 13:41
moara disse...

hahahha!
muito sarcástica, é por isso que você é a minha predileta!

Ah mana, mas eu amo esses safados, só que ultimamente amo bem pouco ultimamente.

Palmas!

24 de abril de 2008 às 13:53
Raoní disse...

Orgulho da malta Curuminiana (nossa saudosa creche...), Carol Barata, brava verve e sagaz raciocínio, te ofereço minhas duas mãos pra bricarmos de adoleta na corrida em marcha ré até acharmos o ponto em que a humanidade se perdeu porque algum homem idiota não se dignou a perguntar o caminho achando que não precisava de ajuda...

25 de abril de 2008 às 05:54

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